domingo, 3 de março de 2013

The National - High Violet



















Título: High Violet
Artista: The National
Ano de lançamento: 2010 
Gênero: Indie Rock
Duração: 47:40



Tracklist:


1. Terrible Love (4:39)
2. Sorrow (3:25)
3. Anyone's Ghost (2:54)
4. Little Faith (4:36)
5. Afraid of Everyone (4:19)
6. Bloodbuzz Ohio (4:36)
7. Lemonworld (3:23)
8. Runaway (5:33)
9. Conversation 16 (4:18)
10. England (5:40)
11. Vanderlyle Crybaby Geeks (4:12)



É um fazendeiro submarino muito emocionado que vos escreve agora. Acontece que acabo de redescobrir esse maravilhoso disco do The National (que não é lá tão antigo, veja!) e senti que precisava escrever uma resenha dele. Confesso que não sou o maior conoisseur da referida banda, mas me lembro como se fosse ontem o dia em que me apaixonei pelo som dos caras. Numa rara e bela combinação de acaso e sorte, deparei com o clipe da música Bloodbuzz Ohio no Youtube. Digo que foi raro pois eu dificilmente me encontro fuçando clipes no Youtube, não tenho a devida paciência. Mas nesse caso, os vocais graves de Matt Berninger me atingiram em cheio, assim como as letras da música e a bela cinematografia do clipe. Resolvi ir atrás, obviamente, e descolei o disco High Violet, o qual, acabei descobrindo, era altamente louvado pela crítica especializada. Percebi que era o tipo de som que valia a pena prestar atenção, que havia mais ali do que o "mais do mesmo" das milhares bandas indies que proliferam hoje em dia e a constatação, em suma, é: High Violet é um belo disco.
Já adianto que o tom das canções é melancólico. E tratam quase que sempre de relacionamentos problemáticos. Ponto. Passado isso, aquele que está pronto para mergulhar no mundo triste de Matt Berninger encontrará lindas melodias e letras bastante fáceis de se identificar, sem que isso as faça perder sua poesia inerente. O som do The National apresenta uma melancolia bastante discernível e não é difícil se surpreender com o fato de que os caras não são ingleses. Digo isso pois há uma qualidade tão grande em seus arranjos, trazendo uma tristeza cortante para o campo familiar da música popular, que se esperaria dos grande ícones ingleses como The Smiths ou Joy Division (a associação com a profunda voz de Ian Curtis é óbvia). Mas não se engane, a sonoridade do grupo não tem absolutamente nada a ver com os anos 1980, há elementos mais soturnos do britpop, elementos folk, muito da batida acelerada do indie rock, mas se destaca o sempre presente arranjo de cordas (e, ocasionalmente, de metais), que dá às músicas uma qualidade mais profunda, etérea, entregando mais claramente a mensagem das letras. Leia-se, você não é proibido de dançar ao som dessas canções, mas esteja ciente das histórias que elas trazem, celebre sua tristeza!
High Violet se beneficia muito da ótima performance dos músicos, especialmente em termos de percussão. A bateria ao longo do álbum é decisiva em manter as músicas altamente interessantes, contagiantes mas sem demonstrar que o foco é a percussão. Violões e guitarras são precisos quando devem, experimentais quando querem e melódicos no geral. O resultado é uma combinação infalível de canções que agradam tanto ao cérebro quanto o coração. Além da acima citada Bloodbuzz Ohio, recomendo fortemente as seguintes canções: Sorrow, Anyone's Ghost, Conversation 16, England e Vanderlyle Crybaby GeeksSão todas canções permeadas de letras emotivas sem deixar de serem inteligentes, um imaginário vivo e metáforas interessantíssimas, verdadeiramente poéticas.
De maneira geral, minha dica fica colocada: em uma tarde fria qualquer, prepare um chá, fique em casa e ouça esse disco. Talvez você se surpreenda com a sinceridade artística contida nele e em suas letras. Talvez você se apegue emocionalmente a alguma de suas melodias, talvez você leia as letras e se lembre de algum relacionamento que falhou, enfim, talvez você se dê conta no momento em que estiver berrando a plenos pulmões "Vanderlyle, crybaby cry, though the water's a-rising, there's still no surprising you, Vanderlyle crybaby cry, man it's all been forgiven, the swans are a-swimmin', I'll explain everything to the geeks" repetidamente, que esse é um belo disco, digno de ser incluso em qualquer coleção de um amante da música do século XXI. Tenha uma boa experiência!


Aquele abraço,
Fazendeiro submarino

Nenhum comentário:

Postar um comentário