Título: The Incident
Artista: Porcupine Tree
Ano de lançamento: 2009
País: Inglaterra
Gênero: Rock Experimental/Rock Progresivo/Metal Progressivo
Duração: 75:52
Tracklist:
CD1:
1. The Incident (55:11)
I. Occam's Razor (1:56)
II. The Blind House (5:47)
III. Great Expectations (1:26)
IV. Kneel And Disconnect (2:03)
V. Drawing The Line (4:43)
VI. The Incident (5:20)
VII. Your Unpleasant Family (1:49)
VIII. The Yellow Windows Of The Evening Train (2:00)
IX. Time Flies (11:41)
X. Degree Zero Of Liberty (1:45)
XI. Octane Twisted (5:03)
XII. The Seance (2:39)
XIII. Circle Of Manias (2:18)
XIV. I Drive The Hearse (6:44)
CD2:
1. Flicker (3:42)
2. Bonnie The Cat (5:45)
3. Black Dahlia (3:40)
4. Remember Me Lover (7:34)
Disco recém-saído do forno!
É com grande honra que lhes apresento The Incident, o mais novo trabalho da banda inglesa Porcupine Tree. Formada em fins dos anos 80 e começo dos 90, a banda começou como um projeto solo do músico, compositor, multi-instrumentalista e produtor Steven Wilson. Com o passar dos anos, os membros Colin Edwin (baixo), Richard Barbieri (teclados) e Chris Maitland (bateria e percussão) juntaram-se ao projeto e , a partir de 1995, as composições tidas como próprias da banda começaram a surgir com o álbum Signify.
Porém, em 2002, Maitland deixou a banda e a procura por um novo baterista trouxe ao Porcupine Tree Gavin Harrison. Relativamente desconhecido à época, Gavin provocou uma mudança drástica no estilo da banda, com seu modo extremamente eclético de tocar bateria.
Desde então, seguiram-se o álbuns da fase pesada do Porcupine Tree: In Absentia (2002), Deadwing (2005) e Fear of a Blank Planet (2007). Isso conferiu ao grupo uma base de fãs mais jovens, interessados na cena do metal.
É nesse contexto que The Incident é lançado. Ao ouvir o álbum, percebe-se a maestria da banda em sair de uma atmosfera extremamente pesada para algo melódico e limpo sem provocar uma mudança brusca. E o charme de The Incident está justamente aí: atmosferas diferentes conduzidas com muito cuidado e habilidade.
Vamos à análise:
O álbum segue em termos a linha estrutural do seu antecessor, Fear of a Blank Planet, que foi um álbum conceitual a respeito da juventude pós-moderna e os problemas que a tecnologia, a mídia, o sexo, os medicamentos e a educação deficiente provocam em suas mentes, alienando-os da verdadeira vida.
Aqui temos uma peça de 55 minutos dividida em 14 partes que retrata um acidente de carro presenciado na vida real pelo frontman Steven Wilson. O título do álbum se refere à placa que ilustrava a cena do acidente: INCIDENTE.
O objetivo desta enorme suíte de quase uma hora de duração é passar ao ouvinte diversos sentimentos e, devo dizer, aqui o objetivo foi cumprido: o que eu presenciei foi uma coleção de climas, desde os mais pesados e assustadores até os mais lindos e alegres, passando por atmosferas melancólicas e outras mais agitadas.
Pode-se dizer que o divisor de águas do primeiro CD é a música Time Flies, a maior do disco. Para os que ouvirem e gostam de Pink Floyd, perceberão surpresos a descarada homenagem ao período Animals - The Wall (Dogs, Sheep e Is There Anybody Out There são alguns exemplos do que eu ouvi ali no meio!). A partir daí o tema incial é retomado em Degree Zero of Liberty e, após mais riffs pesadíssimos e intrincados, o álbum termina com a bela e triste I Drive The Hearse.
O CD2 traz quatro músicas inéditas escritas pela banda e, para os acostumados com o som do PT, verão que ali há terreno para muita adoração.
Em The Incident, mais do que nunca, Gavin Harrison dá um show à parte e mostra porque foi considerado o melhor baterista de rock progressivo do ano. Seus ritmos inconstantes e precisos casam perfeitamente com o baixo de Colin Edwin, um músico a se respeitar. Quanto aos teclados, garanto que vocês não ouviram nada parecido com as atmosferas e as soundscapes criadas por Richard Barbieri. E Steven Wilson prova mais uma vez neste movimento audacioso que o Porcupine Tree é uma banda a se prestar atenção.
Meu veredito é o seguinte: aqueles que se interessam por uma música que mexa com todos os sentidos, os exigentes no quesito qualidade de áudio, os amantes de álbuns conceituais, os que apreciam a beleza seja na alegria, no terror ou na depressão, ouçam este álbum. Caso queriam, como background procurem ouvir o In Absentia e o Fear of a Blank Planet. Vocês não vão se arrepender. E eu garanto.
Aquele abraço,
Jules - fazendeiro submarino